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Comédias americanas de circuito

Seguem algumas críticas de umas comédias românticas/dramáticas americanas que vi no cinema essa semana. Um deles já estreou e os outros tem previsão de estréia para as próximas semanas. Os filmes que vi na Cinémathèque e outros cinemas de arte aqui (Estou indo agora, por exemplo, rever “Blow Up” do Antonioni e “2001” do Kubrick na Filmothèque du Quartier Latin).

“Amor a Toda Prova” (“Crazy, Stupid, Love.”, 2011, EUA) de Glenn Ficarra, John Requa 5/10

Outra comédia romântica/dramática que acha que pode fugir dos clichês simplesmente pondo personagens a proclamar “Nossa, isso é tão clichê”. Adivinhem? Não funciona muito. As cenas com Ryan Gosling são inspiradas, mas todo o drama entre Steve Carrel e Julianne Moore nunca empolga, além de termos obrigatoriamente aquele clímax chatérrimo em que todos os dramas das personagens chegam num ponto de ebulição ao mesmo tempo e no mesmo lugar.

Falando assim, parece que eu odiei o filme. Não, é divertido, consegue funcionar durante suas quase duas horas, apesar de tentar sempre estar “a frente do espectador”, o que irrita um tanto. Deveria ter aproveitado mais Gosling, certamente. Quando ele sai de cena, o ritmo cai consideravelmente, já que Carrel ainda tem problemas em sustentar dramaticamente um filme e a personagem de Moore não é bem trabalhada.

“Amizade Colorida” (“Friends with Benefits”, 2011, EUA) de Will Gluck 6,5/10
Previsão de estréia no Brasil: 30 de setembro (Sony)

Justin Timberlake e Mila Kunis brilham nessa comédia que tenta sair do clichê e brinca com isso o tempo todo, mas acaba não conseguindo escapar da fórmula um tanto desgastada de melhores amigos que acabam se descobrindo apaixonados. Aqui temos uma fase anterior no estilo “Vamos fazer sexo como amigos” que tenta soar moderninha. Alguns diálogos interessantes e um olhar com frescor sobre Nova York (e Los Angeles) salvam o filme e fazem desta comédia romântica a mais interessante num mar de bobice.

 

“Um Dia” (“One Day”, 2011, EUA) de Lone Scherfig 4,5/10
Previsão de estréia no Brasil: 4 de novembro (Universal)

Anne Hathaway e especialmente Jim Sturgees seguram bem essa comédia romântica/dramática meio assustadora. A ideia me pareceu meio batida mas não me lembro se já tivemos algum filme ou livro assim (de destaque ao menos): o mesmo dia, 15 de julho, na vida de um casal de amigos desde 1988 quando se conhecem na manhã pós-formatura até os dias de hoje.

Temos aqui os óbvios problemas que acompanham esse tipo de filme: 1- apesar de algumas coisas “escondidas” que acontecem nos outros 364(5) dias do ano, parece que toda a vida deles se resume ao estado encontrado no dia 15. Lone Scherfig que nos entregou o maravilhoso “A Educação” acerta em alguns casos, eliminando uns anos ou só mostrando uma das personagens, mas mesmo assim parece tão forçado que uma personagem teve que fazer graça desse fato de ser um dia marcante na parte final;

2- Mesmos atores por 20 anos, passando por umas 20 diferentes caracterizações, significa? Forte influência de figurino e maquiagem. Em Jim funciona melhor do que na Anne que parece as vezes só mudar de roupa e penteado. Já o ator britânico consegue transmitir melhor as mudanças de personagem, por mais clichês que elas pareçam. O final é interessante e tenta dar uma animada, mas já não dava mais tempo. Patricia Clarkson rouba o show em poucas cenas.

 

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